Os quatro casos de Covid-19 no vestiário do Inter não vão alterar a rotina de trabalho no CT Parque Gigante. É o que garantem os dirigentes e até o médico Luiz Crescente, coordenador de saúde do clube e um dos principais responsáveis pelo protocolo usado há oito semanas, desde que os treinos forem retomados. Para ele, a detecção rápida dos primeiros infectados, bem como o isolamento de todos, comprovou o acerto das medidas.
Enquanto isso, o clube busca descobrir a origem da contaminação. Os nomes dos quatro infectados, que não devem participar dos treinos por cerca de duas semanas, são mantidos em sigilo pelo clube. Segundo os dirigentes, revelar a contaminação é uma prerrogativa do indivíduo, por ser um caso de saúde. Nenhum deles, por enquanto, se manifestou, mas o CP apurou que dois dos jogadores moram na mesma residência desde o início da pandemia.
Os outros dois contaminados, em tese, tiveram contato com o vírus no CT Parque Gigante, mas é quase impossível comprovar. “Ninguém nunca disse que estávamos imunes. Fizemos um trabalho para evitar que o trabalho no CT seja um vetor de contaminação. Houve os testes positivos e agimos como estava programado. Isolamos os contaminados e vamos seguir o trabalho com aqueles que estão aptos”, observa o vice-presidente de futebol, Alessandro Barcellos.
Os quatro infectados foram orientados a permanecer em casa, isolados, de preferência em um só cômodo. Nos próximos dias, farão um novo exame para programar a volta aos treinos. Nenhum deles, segundo o clube, apresentou sintomas da doença.
A notícia não arrefeceu também o desejo de avançar nos treinos, incluindo trabalhos táticos e técnicos com contato físico entre os atletas, algo ainda não permitido pelas autoridades. Por enquanto, o Inter não planeja fazer como o Grêmio e treinar em outro estado. A estratégia é convencer o governador Eduardo Leite e o prefeito Nelson Marchezan de que é seguro evoluir nos treinamentos, apesar dos casos.
“Era previsto que, em algum momento, algum atleta testaria positivo. Em um universo de 80 pessoas, que transitam no CT no dia a dia, ter quatro delas com teste positivo, em uma quarta bateria de exames, comprova que temos a segurança sanitária necessária”, acredita o diretor executivo Rodrigo Caetano.
(FOTO: RICARDO DUARTE)