A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) anunciou nesta quarta-feira (5) que a quarta fase da pesquisa que analisa a prevalência do coronavírus na população brasileira, coordenada pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas, vai acontecer com investimento privado.
Em 21 de julho, o projeto perdeu o apoio e financiamento do Ministério da Saúde. A nova fase do estudo será custeada por um fundo criado pelo Itaú Unibanco.
Entre os dias 20 e 23 de agosto, 133 cidades brasileiras receberão as equipes da pesquisa que farão os testes rápidos para detectar o avanço do coronavírus no país.
“Os números de casos de infecção, internações e mortes por coronavírus se mantêm altos dia após dia no Brasil. Neste momento, precisamos das melhores evidências para embasar ações, preservar a saúde e prevenir mortes evitáveis de brasileiros”, diz o epidemiologista e coordenador geral do estudo, Pedro Hallal.
A quarta etapa segue a mesma metodologia das anteriores. Serão cerca de dois mil entrevistadores, do IBOPE Inteligência, que vão entrevistar e testar 250 moradores em cada município incluso no estudo, totalizando amostra nacional de 33.250 participantes somente nesta etapa.
Sobre a pesquisa
As três primeiras etapas entrevistaram quase 90 mil pessoas. Os dados inéditos permitiram conhecer o comportamento do vírus no Brasil. Para cada diagnóstico confirmado pelas estatísticas, o estudo estimou que existem ao redor de seis casos reais não notificados. De cada cem infectados, um vai a óbito.
A pesquisa também estimou que crianças têm a mesma chance de adultos para contrair o vírus e, diferente do que cogitava inicialmente a ciência mundial, cerca de 90% dos casos apresentam sintomas.
Algumas conclusões
A terceira fase da pesquisa mostrou que, em dois meses, aumentou a prevalência do coronavírus em um grupo de cidades analisadas: de 1,9% (fase 1 da pesquisa entre 14 a 21 de maio) para 3,8% (fase 3, que ocorreu de 21 a 24 de junho). No mesmo período, o distanciamento social caiu de 23,1% para 18,9%.
FOTO: BRENO ESAKI/AGÊNCIA SAÚDE