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Escassez hídrica pressiona custo das contas de luzEscassez hídrica pressiona custo das contas de luz

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Publicado em 29/06/2021, Por Jornal do Comércio

A lei de que uma baixa oferta e uma alta demanda encarece o preço de um produto vale também para a energia elétrica. Nesta terça-feira (29), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) define os novos valores das bandeiras tarifárias - sistema que onera as contas de luz quando a energia hídrica não está abundante e é necessário ativar as termelétricas, que normalmente têm um custo de geração maior.

Apesar dos números não terem sido divulgados ainda, a perspectiva é de um aumento relevante para compensar a maior despesa com o abastecimento elétrico.

O que já foi determinado pela Aneel é que a bandeira de julho será a vermelha 2, o mais alto patamar desse tipo de classificação. Em material divulgado pela própria agência reguladora, o órgão comenta que “em junho, as afluências nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN) estiveram entre as mais críticas do histórico. Julho inicia-se com mesma perspectiva hidrológica desfavorável, com os principais reservatórios do SIN em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano, o que sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos”. Conforme dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) Elétrico, os reservatórios hidrelétricos da região Sudeste/Centro Oeste, os principais do Brasil, encontravam-se no domingo (27) a 29,42% de sua capacidade plena.

O sistema de bandeiras foi criado em 2015 e apresenta quatro segmentações: verde, amarela, vermelha patamar 1 e vermelha patamar 2. A bandeira vigente em junho, que também valerá para o próximo mês, a vermelha patamar 2, implica (antes do seu reajuste) a cobrança de R$ 0,06243 para cada kWh consumido. Ou seja, em uma conta de 100 kWh, o valor a mais a ser pago é de R$ 6,24, em uma de 150 kWh é de R$ 9,36, de 200 kWh é de R$ 12,48 e assim por diante. Uma proposta apresentada ainda em março previa um incremento de 21% na bandeira vermelha patamar 2, porém, devido ao atual cenário dos reservatórios, existe a possibilidade que a elevação a ser confirmada nesta terça-feira seja ainda maior.

Mesmo não sendo uma medida simpática, o coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs, Edilson Deitos, considera a decisão de mudança nas bandeiras tarifárias como um posicionamento correto por parte da Aneel. “Ela está colocando para os consumidores a real situação de custos e não jogando esses valores totalmente para os reajustes tarifários”, argumenta o dirigente.

Deitos acrescenta que é difícil prever o grau do aumento que será definido pela agência reguladora. Para o integrante da Fiergs, é necessário ter um cronograma adiantado de novas usinas de energia no País para evitar problemas semelhantes no futuro. Ele destaca que atrasos de obras, inclusive na área de transmissão de energia, atrapalham a expansão da capacidade de atendimento.

Hidreletricidade corresponde a mais de 60% da capacidade instalada de geração de energia do País

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, o Brasil não se preparou adequadamente para esse momento de escassez dos reservatórios. “Faltou um pouco de estratégia quanto à questão hídrica, o País é ainda muito dependente desse tipo de geração de energia”, comenta Sari. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, as hidrelétricas representam mais de 62% da capacidade de instalada de produção nacional de energia elétrica.

O dirigente acrescenta que a pandemia de coronavírus foi outro fator que impactou o planejamento do setor elétrico, pois diminuiu a demanda, mas também reduziu os investimentos previstos em projetos de geração de energia que seriam implementados. Ele ressalta que atualmente existe risco quanto ao abastecimento elétrico do País e lembra que não é a primeira vez que ocorre esse cenário. O presidente do Sindienergia-RS sustenta que é preciso trabalhar medidas preventivas para que esse panorama não se repita nos próximos anos e considera que é necessário diversificar a matriz energética nacional.

(FOTO: PIXABAY)







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