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Passo Fundo termina 2023 com R$ 11,8 bilhões em negócios no ExteriorPasso Fundo termina 2023 com R$ 11,8 bilhões em negócios no Exterior

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Publicado em 09/01/2024, Por Gaúcha ZH - Passo Fundo

Passo Fundo manteve a posição como o segundo município que mais exportou no RS em 2023. Ao todo, a cidade fechou o último ano com US$ 2,40 bilhões exportados, o equivalente a R$ 11,79 bilhões na conversão atual do câmbio.

O valor teve queda de 2,46% em relação a 2022, o que representa redução de US$ 60,8 milhões no montante. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

No ranking, Passo Fundo só fica atrás de Rio Grande no total acumulado. A cidade da região Sul contabilizou US$ 3,52 bilhões em 2023 e também apresentou queda no valor, com baixa de 4% em um ano. Veja os 10 primeiros classificados em exportação:

MUNICÍPIOS QUE MAIS EXPORTARAM NO RS EM 2023 (em US$)

  • Rio Grande - 3.523.772.631
  • Passo Fundo - 2.408.789.954
  • Porto Alegre - 1.746.441.779
  • Santa Cruz do Sul - 1.551.642.252
  • Triunfo - 1.010.586.210
  • Venâncio Aires - 997.609.804
  • Cruz Alta - 966.811.272
  • Guaíba - 945.463.632
  • Caxias do Sul - 721.604.081
  • Santa Maria - 526.597.431

Produtos exportados

Com as exportações de 2023, Passo Fundo representou 11,19% das vendas gaúchas ao exterior, que totalizaram US$ 21,5 bilhões. A soja é o principal insumo exportado pelo município. O produto inclui sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos; plantas industriais ou medicinais; palhas e forragens.

Dentre os exportadores gaúchos da soja, Passo Fundo lidera com uma soma de US$ 1,37 bilhões em vendas, valor que superou Rio Grande, Porto Alegre e Cruz Alta em 2023. A China é o país que mais importa a produção do município, seguido do Irã e Vietnã, com resíduos sólidos da extração do óleo de soja, e depois a Arábia Saudita, com trigo.

Quanto às importações, o principal insumo adquirido por Passo Fundo é o petróleo, proveniente dos Estados Unidos e Holanda, seguido de cevada, de origem argentina.

Avaliação do cenário

Apesar do índice positivo, os números da exportação não se referem necessariamente à soja produzida em Passo Fundo. É que a cidade é sede de empresas de trading, companhias que atuam como intermediárias entre produtoras e compradores, especialmente em operações de exportação e importação. 

Isso significa que, independentemente de onde a produção é feita, a nota fiscal das negociações é gerada no município, desde que a negociação aconteça na cidade. Assim, as exportações são creditadas a Passo Fundo, mesmo que o insumo não tenha origem no local.

— Essas empresas de trading escolhem Passo Fundo por se tratar de um centro regional. O benefício efetivo para a cidade é a geração de emprego, que aquece outros setores, movimenta o aeroporto. Porém, pouco (da geração de valor) fica na cidade, já que é um local somente de troca de nota fiscal — pontua o engenheiro agrônomo e diretor comercial de empresa cerealista, Cristiano do Carmo.

Segundo o economista e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Julcemar Zilli, as negociações de exportação são geralmente isentas de tributação pela Lei Kandir. Porém, existem discussões nos âmbitos federal e estadual sobre possíveis mudanças na política tributária relacionada a essas transações.

Se isso acontecer, pode haver implicações significativas para Passo Fundo. Primeiro, porque a possibilidade de aumento ou modificação de impostos sobre as exportações pode afetar diretamente a competitividade dos produtos locais nos mercados internacionais e, assim, impactar a lucratividade das empresas. Nesses casos, as receitas provenientes dessas atividades comerciais podem reduzir e esbarrar nos recursos disponíveis para investimentos locais e serviços públicos.

— Por outro lado, parte dos impostos voltariam para a economia do município em forma de serviços públicos. Porém, no cenário exportador do Brasil, seria imprudente alterar a tributação para produtos exportados sob pena de perda significativa de competitividade das empresas e seus efeitos sobre a economia — apontou Zilli. 

Mesmo com um cenário de quebra no mercado do agronegócio gaúcho, estimado por Carmo em 40% no último ano, os números se mantiveram positivos pelo fato das negociações de muitas cidades do país serem feitas aqui.

— Agora, temos uma expectativa para uma boa safra. Já estamos há 10 dias com muito calor e pouca chuva, além de quatro anos com três secas, então esperamos que a chuva apareça, porque para nós têm sido complicado, pensando na soja do RS para exportação — pontua o engenheiro.

(FOTO: CHARLESRICARDO DE PIXABAY / VIA CANVA)

 







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