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Ascar celebra 70 anos de atuação no rural do RS nesta segunda-feira 02 de junhoAscar celebra 70 anos de atuação no rural do RS nesta segunda-feira 02 de junho

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Publicado em 02/06/2025, Por Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

Nesta segunda-feira dia 02 de junho é comemorado, o início da Extensão Rural e Social no Rio Grande do Sul. Constituída no ano de 1955, a Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Ascar) atua de forma conjunta com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) desde março de 1977. As duas instituições são sociedades civis de direito privado, sem fins lucrativos e, com a denominação Emater/RS-Ascar, executam atividades oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) no Rio Grande do Sul, com o objetivo de promover o desenvolvimento da agricultura e o bem-estar das populações do meio rural gaúcho.

A data de criação da Ascar foi celebrada por todos os extensionistas do Estado. Os mais de 1.700 empregados da Emater/RS-Ascar, que trabalham nos 497 municípios gaúchos, promoveram encontros e cafés para comemorar as sete décadas de serviços permanentes e continuados de Aters, que beneficiam mais de 200 mil famílias que vivem no meio rural gaúcho, como agricultores e pecuaristas familiares, comunidades indígenas e quilombolas, pescadores e assentados.

A Rádio Sananduva FM esteve presente na manhã desta segunda-feira no encontro que aconteceu na sede da Emater de Sananduva/RS.

Em Porto Alegre, o Escritório Central da Emater/RS-Ascar recebeu autoridades e representantes de entidades parceiras para celebrar com os extensionistas e a Diretoria os 70 anos da Ascar. Com homenagens para trabalhadores da Extensão Rural e Social, leitura da Ata de Fundação e almoço preparado pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga). A cerimônia transmitida pelo Youtube da Instituição, com a participação dos escritórios regionais e municipais.

Esses momentos de integração e de celebração do aniversário da Ascar darão início ao “Ano dos 70 Anos”, que prevê a produção e exibição de documentários envolvendo extensionistas e ex-extensionistas, bem como de famílias assistidas e que fazem parte da história da Emater/RS-Ascar, e o lançamento de um livro, que conta a história da Extensão Rural e Social, a partir da Linha do Tempo que será exibida na festa do dia 02, entre outras iniciativas que estão sendo construídas e planejadas pelos trabalhadores para durante todo o ano.

“Os eventos organizados e promovidos pela Emater até junho do próximo ano farão referência aos 70 anos da Ascar, como edição especial”, destaca Fabrícia Tadia Carbonari, extensionista e gerente técnica adjunta da Emater/RS-Ascar, representando o Grupo de Trabalho (GT) dos 70 Anos, que reúne extensionistas de todas as gerências e da Diretoria no planejamento das comemorações.

HISTÓRIA DE UNIÃO, AVANÇOS E CONQUISTAS

Fundada no dia 02 de junho de 1955 para orientar o pequeno agricultor a acessar crédito supervisionado e desenvolver a agricultura e o bem-estar da sua família, a criação da Ascar teve como protagonista o diretor do Banco Agrícola Mercantil S.A., Kurt Weissheimer, na época presidente da Ascar. A primeira turma, com 28 extensionistas rurais, continha 15 mulheres da área de bem-estar e 13 homens da área agronômica. O grupo fez o “pré-serviço” (treinamento) na Fazenda Ipanema, em São Paulo. De volta ao RS, os extensionistas colocaram em prática um dos mais tradicionais métodos de Extensão Rural, “visita às propriedades rurais”.

Os primeiros municípios que tiveram escritórios da Ascar foram Bento Gonçalves, Canguçu, Estrela, Lajeado, Pelotas, São Lourenço do Sul, São Sebastião do Caí e Taquara, escolhidos considerando as vias de acesso e a aceitação por parte dos pequenos produtores.

No dia 14 de março de 1977 foi então criada a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), que se somou à Ascar. Unidas, a Emater/RS e a Ascar passaram a integrar o Sistema Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, coordenado pela então Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater).

No mês seguinte, no dia 30 de abril de 1977, tomou posse a primeira diretoria da Emater/RS, composta pelos engenheiros agrônomos Rodolpho Tácito Ferreira, no cargo de presidente; José Inácio Pereira da Silva, diretor técnico; e Edmundo Henrique Schmitz, diretor administrativo.

Na década de 1990, com a extinção da Embrater, a Emater/RS-Ascar passa a se relacionar com a Secretaria Estadual de Agricultura e, por meio de convênio, a executar a política oficial de Aters do RS. Começava uma nova etapa da Extensão Rural, com recursos provenientes de convênio com os municípios, Estado e a União.

MELHORIAS E PROGRAMAS

Entre os projetos e programas desenvolvidos ao longo da história da Ascar, destaque para a Operação Tatu, desencadeada a partir de 1964, como estratégia para frear o êxodo rural, apontando alternativas para melhorar a produtividade de terras consideradas inférteis. O nome do projeto fazia menção aos buracos feitos na terra para que amostras de solo fossem enviadas para análise em um laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que na época tinha o Curso de Pós-Graduação em Ciência do Solo, o primeiro na área de fertilidade no país. 

O Programa Estadual de Melhoramento e Fertilidade do Solo se expandiu pelo Estado a partir de 1968, com o envolvimento direto da Ascar e da Faculdade de Agronomia e Veterinária da Ufrgs, por meio de convênio com a Universidade de Wisconsin (EUA), além da Secretaria da Agricultura, Ministério da Agricultura, agricultores, agentes de crédito e entidades parceiras locais. 

O trabalho com solos avançou junto com a história da Extensão Rural gaúcha. A mecanização, na década de 1970, a implantação de terraços de base larga, descompactação do solo, eliminação das queimadas da palhada, redução do preparo e introdução de plantas recuperadoras, a partir dos anos 1980, e o plantio direto e o trabalho com microbacias, intensificados na década de 1990, foram alguns dos marcos da conservação do solo no RS. Hoje, Emater/RS-Ascar e Governo do Estado dão atenção especial a práticas conservacionistas de solo e de água.

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS

Foi entre as décadas de 1970 e 1980 que a transferência de tecnologias se tornou uma marca da ação extensionista, em especial a partir da criação da Embrapa, em 1972, e da Embrater, dois anos depois. Nesse período, os problemas a serem enfrentados pela Extensão Rural já não eram de produção, mas de desemprego no campo, de elevada inflação e de dívidas, condições que, acreditava-se, a lavoura mecanizada teria potencial para contornar. A partir daí, a expressão “transferência de tecnologia” tem sua lógica levemente alterada e o conhecimento se difunde, passando a ter como pauta o desenvolvimento rural sustentável, algo que permanece até hoje.

ASSOCIATIVISMO E INTEGRAÇÃO

Com apoio da Emater/RS-Ascar, a formação de grupos e associações ganha força a partir de 1978, apesar de o Programa de Apoio à Formação de Associações de Prestação de Serviços e Assistência Técnica (APSat) ter sido instituído em 1973 pelo Governo do Estado. Essas associações eram formadas por grupos de produtores rurais, que buscavam acesso a serviços que demandavam em seus empreendimentos. É por volta de 1978 que surgem também os Clubes de Integração e Troca de Experiências (Cites), grupos de produtores rurais, a maioria pecuaristas, que tinham na união e no trabalho em conjunto a base para a melhoria e desenvolvimento de suas atividades.

Até o início da década de 1980, as APSats ficaram restritas ao objetivo da mecanização, mas foram se ajustando às necessidades e demandas dos agricultores e, nas décadas de 1980 e 1990, foram formadas APSats de secagem e armazenamento, de criação de suínos, de bovinos de leite, de eletrificação rural, de fornecimento de água, de comercialização e outras, mantendo a mesma forma jurídica e o mesmo estatuto, que sofria adaptações quanto aos objetivos.

No caso dos Cites, além de assistência às propriedades, os extensionistas auxiliavam na organização delas, promoviam reuniões e garantiam a participação de especialistas em palestras técnicas, apoiavam a criação de cadeias mercadológicas e outros projetos de desenvolvimento rural e introduziram nos Cites, de forma pioneira, trabalhos como as Boas Práticas Agropecuárias (programa da Embrapa viabilizado de forma piloto pela Emater/RS-Ascar). Esta forma de trabalho em 1986 evoluiu para uma Federação, denominada Federacite.

A criação e a evolução dos Cites, das APSats esteve intimamente associada ao trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) da Emater/RS-Ascar ao longo da história.

PROJETÃO

Um marco na história da Aters gaúcha é o Projetão, Plano Estadual de Extensão Rural, implementado pela Emater/RS-Ascar entre 1981 e meados de 1985. O objetivo era aumentar de forma significativa o volume da produção e os índices de produtividade da agricultura gaúcha, por meio da transferência de tecnologia agropecuária e gerencial.

Dirigindo fuscas e motos modelo TT 125cc, os cerca de 300 profissionais da Emater/RS-Ascar levaram muito mais do que informações e conhecimento aos agricultores dos 51 municípios onde o Projetão foi implementado. O grande diferencial foi a interiorização de técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos, que passaram a residir e atuar em distritos ou comunidades, no intuito de uma maior integração técnico-produtor, fomentando a produção e o beneficiamento de alimentos no RS.

AGROINDÚSTRIAS

A área de agroindústrias teve seu início com a fundação da Ascar em 1955 e recebeu o nome de Setor de Laticínios (Selact), atuando com as demais áreas técnicas da Ascar, visando ao desenvolvimento da bacia leiteira do Estado. O período ficou marcado pela organização dos agricultores em cooperativas, que hoje ocupam papel de destaque no setor lácteo. 

Na década de 1980, ampliou a atuação, passando a atender às demais cadeias produtivas, como da carne, frutas, hortaliças e da cana-de-açúcar.

LEI DE ATERS

Na década de 1990, a orientação institucional determinou a priorização de atendimento aos agricultores familiares. Em janeiro de 2012, o RS cria a Política Estadual da Agroindústria Familiar, através da Lei nº 13.921, com a finalidade de agregar valor à produção agropecuária, à atividade pesqueira, aquícola e extrativista vegetal, com vistas ao desenvolvimento rural sustentável, à promoção da segurança alimentar e nutricional da população e ao incremento à geração de trabalho e renda.

Em julho daquele ano, o Governo do RS lança o Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf) e institui o selo de Certificação “Sabor Gaúcho”, que marca a certificação de produtos provenientes de estabelecimentos de produção artesanal, legalizados sob o ponto de vista ambiental, tributário e sanitário. Hoje, 4.003 agroindústrias com cadastro ativo e, deste total, 1.930 estão inclusas no Peaf, ou seja, com legalização completa.

Em 29 de maio de 2013, o então governador Tarso Genro sancionou a Lei 68/2013, que estabelece a Política, institui o Programa e cria o Fundo Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social e o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável. A lei de Aters foi aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa no dia 14 daquele mês, tornando a Emater/RS-Ascar a executora oficial de serviços permanentes e continuados de Aters no RS. 

Nesses 70 anos de atuação contínua junto aos diversos públicos da Extensão Rural e Social, a Emater/RS-Ascar segue sua missão de promover o desenvolvimento rural sustentável no Estado, através da prestação de serviços de Assistência Técnica, Extensão Rural e Social, Classificação e Certificação, em benefício da sociedade do Rio Grande do Sul.

“Vivemos um momento em que as mudanças climáticas nos desafiam a enfrentar esse novo cenário. São extremos climáticos frequentes e riscos de perda de safra e de renda que impactam na vida das pessoas, não apenas no financeiro, mas nas suas condições de saúde, para superar tudo isso. Essa adaptação inicia com a conscientização desse novo normal ambiental e nos incentiva a criar estruturas produtivas mais resilientes, com solos melhor estruturados para armazenar água e sequestrar carbono da atmosfera, potencializando a produção agropecuária”, destaca Luciano Schwerz, presidente da Emater/RS e superintendente geral da Ascar, ao avaliar que “se passaram 70 anos, muita coisa mudou, mas o olho no olho, o diálogo, a interação e a construção com o produtor continuam as mesmas”, celebra.

(FOTO: REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA EXTENSÃO RURAL GAÚCHA / ASSESSORIA DE IMPRENSA DA EMATER/RS-ASCAR)







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