A inflação na Argentina chegou a 160,9% no acumulado de 12 meses. Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto de Estatísticas do país. Os resultados de novembro mostram que os preços ao consumidor subiram 12,8% no mês, contra 8,3% em outubro.
A inflação acumulada este ano está em 148,2%, no maior resultado anual desde a hiperinflação de 1990, quando terminou o ano acima dos 1.300%.
Os setores com maiores altas no mês passado foram Saúde (15,9%), Alimentos e bebidas não alcoólicas (15,7%) e Comunicação (15,2%). Na terça-feira (12), o novo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo anunciou um pacote fiscal com nove medidas para tentar conter a crise econômica que afeta o país.
Entre as medidas anunciadas, estão:
“Estamos na pior fase da nossa história”, disse o ministro, que afirmou que a Argentina gasta bem mais do que arrecada.
“Se seguir como estamos vamos ter hiperinflação.” A ideia, diz, é “neutralizar a crise”.
“Viemos resolver isso desde a raiz”, disse. “Se reestrutura a dívida fosse a solução, já reestruturamos nove vezes, seríamos a Suíça”.
Junto com a desvalorização da moeda local, o ministro justificou um aumento do imposto PAIS, que impacta nas importações e ficarão retidas exportações de produtos não agrícolas.
“Estamos definitivamente diante do pior legado da nossa história. Um país onde os argentinos são cada vez mais pobres, com um déficit fiscal que ultrapassa 5 pontos e meio do PIB”, disse Caputo.
Como estão previstos fim de subsídios públicos, uma desvalorização da cotação do peso em relação ao dólar e descongelamento de preços de itens básicos, a tendência é que a inflação ganhe força nos próximos meses. As medidas, conforme o governo de Javier Milei têm o objetivo de recompor as contas públicas argentinas. No discurso de posse, no domingo (10), o presidente eleito disse que “não há dinheiro” no país e pediu para que a população se preparasse para tempos difíceis antes de que a situação melhore.
(FOTO: VINICIUS GARCIA DE PEXELS / VIA CANVA)