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Dia Mundial da Aids 2025Dia Mundial da Aids 2025

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Publicado em 01/12/2025, Por Grupo RSA de Comunicação | Rádio Sananduva Ltda

O Dia Mundial da Aids foi estabelecido em 1988, 5 anos depois da descoberta do vírus HIV, quando a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituíram a data de 1º de dezembro para conscientização sobre a doença. A iniciativa visa combater o preconceito e a desinformação e mobilizar a sociedade em torno do tema.

Em 2025, sob o tema “Eliminar as barreiras, transformar a resposta à aids”, a campanha vem apelar para uma liderança política sustentada, pela cooperação internacional e por abordagens centradas nos direitos humanos para acabar com a doença até 2030.

Uma crise histórica de financiamento ameaça desfazer décadas de progresso. Os serviços de prevenção do HIV estão gravemente prejudicados. Serviços liderados pela comunidade, vitais para alcançar populações marginalizadas, estão sendo despriorizados, enquanto o aumento de leis punitivas que criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo, identidade de gênero e uso de drogas está amplificando a crise, tornando a assistência ao HIV/aids inacessível.

No entanto, em meio a esses desafios, a esperança persiste na determinação, resiliência e inovação das comunidades que se esforçam para acabar com a aids.

Os indicadores demonstram que, em 2024, 40,8 milhões de pessoas viviam com HIV em todo o mundo; aproximadamente 630 mil pessoas morreram por causas relacionadas ao HIV e 1,3 milhão de pessoas contraíram HIV no ano.

Situação no Brasil:

De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2024, no ano anterior houve um aumento de 4,5% nos casos de HIV em comparação a 2022, demonstrando aumento da capacidade de diagnóstico dos serviços de saúde brasileiros. Em 2023, foram registrados 10.338 óbitos por aids, mas a mortalidade padronizada registrada foi 3,9%, a menor desde 2013.

Quanto ao perfil das pessoas que concentram a maioria dos casos de infecção pelo HIV em 2023, os dados apontam que 70,7% foram notificados em pessoas do sexo masculino, 63,2% ocorreram em pessoas pretas e pardas, e que 53,6% em homens que fazem sexo com homens. A razão de sexos é de 2,7 casos em pessoas do sexo masculino para cada caso do sexo feminino. A faixa etária com mais casos, 37,1%, é a de 20 a 29 anos de idade, sendo que, no sexo masculino, a mesma faixa etária concentra 41% dos casos.

Sobre os casos de aids, em 2023, foram registrados 38 mil casos da síndrome, com a região Norte registrando a maior taxa de detecção do país, 26%, seguida pela região Sul, 25%. No ranking de casos, Boa Vista-RR, Manaus-AM e Porto Alegre-RS, apresentam taxas de detecção de 50,4%, 48,3% e 47,7%, respectivamente. Pessoas do sexo masculino foram responsáveis por cerca de 27 mil dos casos registrados.

A faixa etária com maioria dos casos de aids é a de 25 a 29 anos de idade, com 34%, seguida da de 30 a 34 anos, com 32,5%. Quando observado somente o sexo masculino, essas mesmas faixas etárias correspondem a 54,8% e 50,3%. Quanto à categoria de exposição, em 2024, 43,9% dos casos notificados da síndrome ocorreram entre pessoas do sexo masculino homossexuais e bissexuais.

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um vírus que ataca o sistema imunológico, responsável por proteger o corpo contra doenças. Quando o vírus não é tratado, ele pode evoluir para a aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), que representa o estágio mais avançado da infecção pelo HIV.

Neste estágio, o sistema imunológico fica extremamente enfraquecido, deixando o organismo mais suscetível a infecções oportunistas e determinados tipos de câncer. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

O HIV é transmitido principalmente através de fluidos corporais específicos. Saber quais são as formas corretas de transmissão é fundamental para combater o preconceito e a desinformação.

Principais formas de transmissão:

– Sexo sem proteção: O HIV pode ser transmitido através de relações sexuais vaginais, anais ou orais sem preservativo, especialmente se houver cortes ou feridas.

Atenção: O sexo anal apresenta maior risco devido à fragilidade da mucosa retal, que facilita a entrada do vírus.

– Transmissão vertical (da mãe para o bebê): O vírus pode ser transmitido durante a gestação, parto ou amamentação.

Importante: O tratamento antirretroviral para gestantes que vivem com HIV reduz o risco de transmissão para menos de 1%. O parto por cesariana e a substituição da amamentação também podem ser indicados.

– Compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas: O uso compartilhado de seringas, agulhas ou outros equipamentos perfuro cortantes pode transmitir o vírus diretamente para a corrente sanguínea. Pessoas que utilizam drogas injetáveis são mais suscetíveis, se não adotarem práticas seguras.

– Transfusão de sangue contaminado ou transplante de órgãos: Embora extremamente raro nos dias de hoje devido a testes rigorosos, o risco existe se o sangue ou os órgãos doados estiverem infectados e não forem testados adequadamente.

Importante: Todos os doadores são testados no Brasil.

Sintomas e Fases da Infecção pelo HIV:

Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. Após a exposição ao vírus, os primeiros sintomas surgem entre 3 a 6 semanas e incluem:

– Infecção aguda (primeira fase): pode parecer uma gripe comum, com: febre alta; dores no corpo; mal-estar.

Atenção: Como os sinais são leves e temporários, muitas pessoas não percebem que foram infectadas.

– Fase assintomática (segunda fase): depois dos sintomas iniciais, o vírus entra em uma fase chamada de assintomática. O sistema imunológico ainda controla o vírus, e a pessoa pode não apresentar sinais visíveis por vários anos.

– Infecção crônica (terceira fase): com o enfraquecimento do sistema imunológico os sintomas se tornam mais específicos: febre persistente; suores noturnos; diarreia prolongada; perda de peso sem causa aparente.

– Estágio avançado (aids): se não tratada, a infecção pelo HIV evolui para a aids. O sistema imunológico fica extremamente enfraquecido, permitindo o surgimento de doenças oportunistas, como: tuberculose; pneumonia; alguns tipos de câncer.

Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida. Recomenda-se fazer o teste de HIV sempre que:

– Tiver uma relação sexual sem preservativo (respeitar a janela imunológica de 30 dias);

– Compartilhar seringas ou agulhas;

– Passar por situações de risco, como acidentes com materiais contaminados;

– Apresentar sintomas de infecção aguda (febre, mal-estar, dor no corpo) após exposição de risco.

Tratamento:

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, seu uso regular é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento.

Importante: Pessoas que fazem tratamento corretamente não transmitem o vírus, contribuindo para a redução da epidemia.

Prevenção do HIV/aids:

A prevenção do HIV evoluiu muito nos últimos anos. Hoje, além do uso de preservativos, há uma abordagem mais completa: a Prevenção Combinada. Ela envolve a combinação de várias estratégias, adaptadas às necessidades de cada pessoa ou situação, para maximizar a proteção contra o HIV.

O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C.

A prevenção combinada abrange o uso do preservativo masculino ou feminino, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV, redução de danos, entre outros.

Intervenções biomédicas: métodos que envolvem proteção física, como o uso de preservativos ou o uso de medicamentos:

– PEP (Profilaxia Pós-Exposição): é o uso de medicamentos em até 72 horas após uma situação de risco. O tratamento dura 28 dias e é eficaz se seguido corretamente.

– PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): é o uso de medicamentos por pessoas com maior risco de exposição para prevenir a infecção antes que ela ocorra.

Intervenções comportamentais: ações que ajudam a entender e a reduzir os riscos:

– Uso regular de preservativos interno ou externo.

– Testagem frequente para HIV: saber o diagnóstico permite começar o tratamento cedo.

– Educação entre pares: conversar e trocar informações em grupos.

Intervenções estruturais: ações que combatem fatores sociais que aumentam o risco de HIV, como:

– Luta contra preconceitos (racismo, LGBTfobia, sexismo).

– Promoção de direitos humanos.

– Educação em saúde e campanhas de conscientização.

Escolher a melhor combinação de formas de prevenção é um ato de cuidado com a saúde individual e coletiva!

No próximo dia 1º de dezembro será inaugurada em Brasília a exposição “40 anos da história da resposta brasileira à aids”. A exposição, que ficará aberta à visitação de 1º de dezembro de 2025 a 30 de janeiro de 2026, marca quatro décadas de políticas públicas, ciência, mobilização social e conquistas que transformaram o Brasil em referência mundial no enfrentamento ao HIV e à aids.

A ação, realizada no SESI Lab – museu interativo de ciência, arte e tecnologia – integra a programação oficial do Dezembro Vermelho 2025, que reúne debates, atividades culturais, apresentações artísticas, oficinas e diálogos com especialistas e revisita momentos decisivos desde 1985, quando a resposta brasileira foi oficialmente instituída pela Portaria nº 236 (revogada pela Portaria de Consolidação nº 5, de 2017).

Ainda como parte das atividades alusivas ao Dia Mundial da aids, foi lançado o Relatório Global sobre AIDS 2025: aids, crise e o poder de transformação.

 

Fontes:

Ministério da Saúde

Ministério da Saúde (2)

Organização Mundial da Saúde (OMS)

Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS)

 

Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde / Ministério da Saúde

Foto: Grupo RSA de Comunicação / Rádio Sananduva Ltda







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