O setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 129,5 bilhões em dezembro, de acordo com o Banco Central. Assim, o déficit primário somou R$ 249,124 bilhões em 12 meses, o que representa 2,29% do PIB.
Ainda de acordo com o Banco Central, o déficit nominal somou R$ 193,430 bilhões em dezembro e R$ 967,417 bi em 12 meses até dezembro, o que representa 8,90% do PIB. O déficit nominal considera a diferença entre receitas e despesas levando em conta também as parcelas referentes aos juros nominais incidentes sobre as dívidas interna e externa.
Em novembro, o setor público consolidado havia registrado um déficit primário de R$ 37,270 bilhões. Até então, o déficit acumulado era de R$ 131,364 bilhões em 12 meses.
Esses dados se referem ao gasto e a arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais e as empresas estatais (com exceção de bancos, a Petrobras e a Eletrobras). Portanto, o dado é importante para entender como anda o quadro fiscal do Brasil. O nível de endividamento e saúde fiscal do governo influenciam, por exemplo no ambiente de juros e também na bolsa. Se o mercado vê indícios de que as contas estão equilibradas, cresce a confiança do investidor no país, que pode se sentir mais confortável para investir em títulos públicos e até na bolsa brasileira, uma vez que o ambiente mostra-se favorável.
Além disso, as contas públicas em equilíbrio também podem sinalizar que o governo não adotará um comportamento "gastão". E isso também tem um impacto positivo na inflação, que não será pressionada por gastos públicos. Assim, com a alta de preços sob controle, o Banco Central também tem espaço para cortar os juros.
(FOTO: ARQUIVO RÁDIO SANANDUVA)