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CID 11: veja o que mudou na classificação de doençasCID 11: veja o que mudou na classificação de doenças

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Publicado em 03/01/2022, Por IpeMed

Em um segmento tão complexo e extenso quanto a área da saúde, contar com regras e normatizações é fundamental para que a atuação dos profissionais seja acertada e uniforme em todos os lugares do mundo. Por esse motivo, existe a classificação CID 11, que apresenta algumas mudanças muito importantes para os próximos anos.

Assim como tudo na medicina, a compreensão das doenças também vai se transformando com o passar do tempo, seja pelo surgimento de novas condições de vida, implementação de novos no dia a dia, maior complexidade de exames diagnósticos ou qualquer outra alteração nesse sentido.

Para entender melhor sobre esse assunto, confira o conteúdo que preparamos a seguir e aprenda um pouco mais sobre esse tema.

O que é a CID?

A sigla CID significa Classificação Internacional de Doenças e é traduzida do original na língua inglesa ICD, que são as iniciais de International Classification of Diseases. Na prática, essa é uma tabela é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem como objetivo principal a padronização das doenças e de outros problemas de saúde.

Atualmente, a CID é uma das principais ferramentas epidemiológicas no cotidiano da carreira dos médicos de todo o planeta, inclusive no Brasil. Entre outras funções, a CID também monitora a incidência e a prevalência das enfermidades, apresentando um panorama extenso da realidade de muitos países e das suas populações.

De acordo com o site oficial da OMS, o documento disponibilizado até o momento é uma espécie de pré-visualização da situação de saúde da população, para que os governos e entidades médicas possam planejar o uso, preparar as traduções e treinar os seus profissionais de saúde para utilizarem a CID-11, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2022.

Por que criar uma nova versão da CID?

Não é difícil perceber que atualizações são fundamentais nessa classificação, uma vez que a versão original, CID-10, foi lançada no início da década de 90. A tabela precisa compreender as afecções comuns na população, junto a todas as suas especificações, sinais e sintomas, refletindo a realidade da área de saúde.

A CID 11 precisa, portanto, refletir os avanços da tecnologia e da própria medicina, que ocorreram desde então. Segundo a OMS, a própria estrutura de codificação e as ferramentas eletrônicas foram simplificadas, o que possibilita que os profissionais possam registrar os prontuários de maneira mais simples, tendo uma rotina mais eficiente.

Quais são as principais mudanças na CID 11?

Gaming disorder

No início dos anos 90, quando foi elaborada a primeira CID, o universo dos jogos virtuais ainda era muito incipiente, sobretudo se compararmos com o momento atual, quando boa parte dos adolescentes conta com computadores pessoais, tablets, smartphones e outros gadgets modernos.

É exatamente por esse motivo que, entre as principais novidades, está a inclusão do gaming disorder ou, em uma tradução livre, o distúrbio em jogos eletrônicos. A OMS definiu essa patologia como um “padrão de comportamento persistente ou recorrente”, com uma gravidade suficiente comprometer as áreas de funcionamento pessoal e social.

Resistência antimicrobiana

O uso descontrolado de antibióticos já vem chamando a atenção de cientistas e profissionais de saúde em todo o mundo há muito tempo. No entanto, pesquisas, estudos e a própria realidade dos hospitais em todo o planeta vêm mostrando que esse problema pode ser ainda mais sério do que pensávamos.

Muitos micro-organismos estão ficando resistentes e não respondem mais aos tratamentos, inclusive com drogas que foram consideradas muito eficientes há alguns anos. Diante desse contexto, a OMS resolveu alinhar melhor os códigos relativos à resistência antimicrobiana, possibilitando mapear melhor o problema ao redor do mundo.

Síndrome de burnout

A síndrome de burnout é outra doença que está enquadrada na CID 11 e tem forte relação com o estilo de vida moderno. Ela faz parte de um capítulo muito específico na classificação internacional, que é aquele que diz respeito aos problemas gerados e associados ao emprego ou desemprego.

Essa enfermidade está propositalmente fora do capítulo que trata dos transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento, uma vez que, para a OMS, trata-se de uma síndrome conceituada como resultado do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado de forma adequada.

Caracteriza essa patologia o sentimento de falta de energia, o aumento da distância mental do serviço, o negativismo relacionado com o trabalho de alguém e a redução da eficiência profissional. Vale lembrar que o burnout refere-se apenas aos fenômenos no contexto ocupacional e não deve ser aplicado em outras áreas da vida.

Transexualidade

Outra mudança muito significativa em relação a CID 10 diz respeito à transexualidade, que deixou de figurar na lista de doenças mentais e foi reclassificada como uma “incongruência de gênero”, em vez de “distúrbio de identidade de gênero”. Com isso, ela foi transferida para a categoria de saúde sexual.

De acordo com a OMS, isso aconteceu porque, atualmente, os cientistas e médicos possuem provas suficientes que sugerem que a transexualidade não é um distúrbio mental, e que essa classificação poderia gerar estigmatização para os indivíduos que se identificam como transgêneros.

As evidências disponíveis foram revisadas e debatidas por um grupo consultivo externo e com o feedback da comunidade profissional, que fundamentou a base para essa decisão. A alteração tem também o intuito de garantir o acesso às intervenções como cirurgias e terapias, que em nosso país são cobertas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Autismo

A CID 11 reuniu todos os transtornos que fazem parte do espectro do autismo, como o autismo infantil, a Síndrome de Rett, a Síndrome de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância (F84.3) e o transtorno com hipercinesia, por exemplo, em apenas um único diagnóstico: o TEA (Transtorno do Espectro do Autismo).

Com isso, as subdivisões passam a ser relacionadas exclusivamente com algum prejuízo da linguagem funcional ou deficiência intelectual. Segundo a OMS, a intenção por trás dessa alteração é a de facilitar o diagnóstico, evitar erros e simplificar a codificação, promovendo melhor acesso aos serviços de saúde.

(FOTO: PEXELS)







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